terça-feira, 12 de novembro de 2019

terça-feira, 16 de abril de 2019

MEU PEQUENO CAJUEIRO - TEXTO DO LIVRO "O NORDESTE"


MEU CAJUEIRO

Texto de Humberto de Campos
"Aos treze anos da minha idade, e três da sua, separamo-nos, o meu cajueiro e eu. Embarco para o Maranhão, e ele fica. Na hora, porém, de deixar a casa, vou levar-lhe o meu adeus. Abraçando-me ao seu tronco, aperto-o de encontro ao meu peito. A resina transparente e cheirosa corre-lhe do caule ferido. Na ponta dos ramos mais altos abotoam os primeiros cachos de flores miúdas e arroxeadas como pequeninas unhas de crianças com frio.
- Adeus, meu cajueiro! Até à volta!
Ele não diz nada, e eu me vou embora.
Da esquina da rua, olho ainda, por cima da cerca, a sua folha mais alta, pequenino lenço verde agitado em despedida. E estou em São Luís, homem-menino, lutando pela vida, enrijando o corpo no trabalho bruto e fortalecendo a alma no sofrimento, quando recebo uma comprida lata de folha acompanhando uma carta de minha mãe: "Receberás com esta uma pequena lata de doce de caju, em calda. São os primeiros cajus do teu cajueiro. São deliciosos, e ele te manda lembranças..." "Ao ler a carta de minha mãe, choro sozinho, choro pela delicadeza de sua ideia e choro sobretudo com inveja do meu cajueiro, por que não tivera eu também raízes para jamais afastar-me dele, em que havíamos crescidos juntos, em que eu ignorava que havíamos sido felizes".
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Há um Cajueiro ao lado do estacionamento, no prédio da Faculdade de Educação, na Unicamp. Não sei se as pessoas que passam por ali, diariamente, o reconhecem. Ele está entre outras plantas, árvores diversas, frutíferas e ornamentais.

Comigo, foi amor à primeira vista, logo que o identifiquei entre as tantas árvores daquele espaço. Isso já vem há alguns anos e sempre dedico um tempo a olhá-lo detalhadamente. Um observador atento perceberia que lanço um olhar de ternura a ele: o seu tronco, as suas folhas, as suas cores...

Também a minha relação com o texto é muito especial: ele fez parte das minhas leituras de adolescente e eu lembro que o li muitas vezes, que até o sabia 'decor'. Eu incorporava aquela tristeza da despedida e me emocionava com a generosa oferta dos doces feitos com o caju que ele produzira...e confesso que ainda me emociono... Entretanto e curiosamente, eu nunca havia visto, ao vivo, as flores de um cajueiro.

Hoje, qual não foi a minha surpresa... eu vi que ele está carregado de flores, como essas que o poeta descreve: 'cachos de flores miúdas e arroxeadas como pequeninas unhas de crianças com frio'. Examinei-as, cuidadosamente, pra conferir se a imagem que construí na adolescência, correspondia à realidade.
E não é que parecem mesmo!!

A imagem postada não corresponde às flores do cajueiro da Unicamp, mas fico devendo e ainda vou trazer fotos dele e postar aqui.

O cajueiro de Humberto de Campos, plantado pelo poeta na sua infância, ainda é vivo e tem mais de 100 anos.


Um amigo de Infância - Humberto de Campos Veras nasceu em Miritiba (atual Humberto de Campos) MA em 25 de Outubro de 1886.http://www.aliancaabc.org/humbertodecampos.htm

LINDA REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO


Texto para Reflexão

Durante a nossa vida causamos transtornos na vida de muitas pessoas, porque somos imperfeitos.
Nas esquinas da vida, pronunciamos palavras inadequadas, falamos sem necessidade, incomodamos.
Nas relações mais próximas, agredimos sem intenção ou intencionalmente.
Mas agredimos.
Não respeitamos o tempo do outro , a história do outro.
Parace que o mundo giram em torno dos nossos desejos e o outro é apenas um detalhe.
E, assim, vamos causando transtornos.
Esses tantos transtornos mostram que não estamos prontos, mas em construção.
Tijolo a tijolo, o templo da nossa história vai ganhando forma.
O outro também está em construção e também causa transtornos.
E, às vezes, um tijolo cai e nos machuca.
Outras vezes, é o cal ou o cimento que suja nosso rosto.
E quando não é um, é outro.
E o tempo todo nós temos que nos limpar e cuidar das feridas, assim como os outros que convivem conosco também têm de fazer.
Os erros dos outros, os meus erros.
Os meus erros, os erros dos outros.
Esta é uma conclusão, chegamos a uma necessidade humana e cristã: o perdão.
Perdoar é cuidar das feridas e sujeiras.
É compreender que os transtornos são muitas vezes involuntários.
Que os erros dos outros são semelhantes aos meus erros e que, como caminhantes de uma jornada, é preciso olhar adiante.
Se nos preocupamos com o que passou, com a poeira, com o tijolo caído, o horizonte deixará de ser contemplado. E será um desperdício.
O convite que faço é que você experimente a beleza do perdão.
É um banho na alma!
Deixa leve!
Se eu errei,
se eu magoei,
se eu o julguei mal,
desculpe-me por todos esses transtornos...
Estou em construção!
Papa Francisco.

A HISTÓRIA DO MEU AMADO PAI!!!!

SR. ROBERTO TEODORO DE ALBUQUERQUE

QUEM FOI ESSE CIDADÃO???

Foi o terceiro filho do Sr. Raimundo Teodoro de Aguiar e Onorina de Albuquerque Aguiar e carregou um sentimento de culpa, por sua mãe ter morrido de parto. Por conta disso, nunca conheceu sua mãe biológica, não sentiu o seu carinho e amor maternos. Acometida pelo o  eclampse, na hora de sua morte, pediu para entregar seu bêbe aos cuidados de sua cunhada, irmã de seu esposo, Francisca Teodoro Aguiar, carinhosamente chamada por seu sobrinho Roberto de Mãequinha, moça solteira, bastante respeitada na cidade pela sua religiosidade e amor a Deus. Ao saber da vontade no leito de morte de sua cunhada Onorina, pessoa que nutria grande amizade, sentiu-se honrada e passou a se dedicar de corpo e alma com a educação daquela criança. Seu irmão, preocupado em não dar uma madrasta aos seus três filhos Joaquim, Gerardo e Roberto, fez uma proposta a sua cunhada Olímpia, que estava prometida a um rapaz da região, para casar com ele e assumir seus sobrinhos como filhos. Ela abdicou de sua vida e aceitou casar com o cunhado e cuidou de seus sobrinhos com o amor materno. Com essa união vieram mais nove filhos: Adalgiza, Giseuda, Alzira, Raimundinho, Maria, Zilma, Rita, José Arnildo, Franquisquinha,  Terezinha, Raimundinha e Vilebaldo. Assim, passou a cuidar de quinze crianças, educando-as com muito amor e enfrentando dificuldades de quem mora na zona rural de Moraújo, antiga Pedrinha, cidade que fica na zona Norte do Estado do Ceará, após Sobral. Essa mulher, mãe dedicada e avó exemplar, achou pouco os filhos criados, ainda tomou de amor maternal por Wilson, filho adotivo, que criou até ele também voar com suas próprias asas.
Mas, voltando ao cidadão Roberto, ao chegar na adolescência foi mandado para um colégio  interno, no Colégio Sobralense, local onde estudava a elite dos jovens de recursos daquela região.  Nessa Instituição estudou latim, francês e inglês, daí de vez em quando o Sr. Roberto arriscava falar, demonstrando aos filhos a sua base educacional sólida.
Em conversas informais com os filhos, ele sempre incentivava a importância do estudo como forma de no futuro conquistar um trabalho digno, que possibilite seu auto sustento e de sua família quando chegasse o momento.
Ele contava que quando regressava para a casa paterna, no período de férias, seus irmãos ficavam tirando brincadeiras, dizendo o doutorzinho chegou, mas agora não tem moleza não, pode pegar na enxada para nos ajudar no roçado. Seu pai possuidor de grande terras, plantava milho e feijão, também possuía gado, ovino e caprino para o sustento familiar. Sr. Roberto, por não ter costume de ficar sol a pino e pegar no cabo de enxada ficava com as mãos toda calejadas, mas não podia fraquejar para não dar margem para seus irmãos zombarem dele.
Ao concluir o ensino fundamental, veio para Fortaleza trabalhar e estudar na casa de um parente, Gerardo Camilo de Albuquerque, pessoa que tinha comércio no centro da cidade. Trabalhava durante o dia e à noite estudava no Colégio Félix Caixeiral, fazia o curso de comércio, hoje Contabilidade. Quando estava no último ano, conheceu uma moça do 2º ano do mesmo curso, moça essa, que muito chamou sua atenção, Maria Heloísa, a primogênita de oito irmãos da família Ferreira de Paula, que morava próximo do Colégio, na Av. Tristão Gonçalves, 569, exatamente a um quarteirão do Teatro José de Alencar e do Lord Hotel. Moça da cidade genuinamente cearense da gema. Iniciaram um namoro que se consolidou e resolveram casar na missa de formatura dela, no dia 11 de dezembro de 1955, na Igreja do Patrocínio, celebrada pelo Padre Nini. Esse acontecimento ficou marcado na memória de todos colegas e professores que participaram desse evento, quando foi oferecido um café da manhã aos presentes.
Com o casamento, o sogro Sr. José Ferreira de Paula, chefe da garagem da antiga Light (outrora Coelce, atualmente, Enel), propôs ao genro, colocar uma mercearia na esquina das ruas Liberato Barroso com a Av.Tristão Gonçalves, ponto de sua propriedade e que seriam sócios. O Sr. Roberto tinha a experiência e a força produtiva e o Sr. Zé de Paula, tinha o ponto e ajudava no ponta pé inicial do empreendimento. Em 1956, foram chegando os filhos e as despesas e responsabilidades aumentando. Em 1957 a sociedade foi desfeita, as propriedades foram vendidas para aquisição de um sítio no Euzébio, por vontade do Sr. Zé de Paula e o Roberto com o recurso que dispunha, comprou um terreno, que pertencia a um conhecido da família, José Barroso. Daí a  chegada ao bairro Monte Castelo, por ser  próximo ao centro, seria local apropriado para suas crianças. Já morando no bairro nasceram Roberto Filho, Carlos Alberto(Kaó), Ana Angélica e Angela.
Com a oportunidade que teve de vir para a capital, o Sr.Roberto percebeu que também deveria chamar seus familiares para ajudá-los com oportunidades que no interior não teriam. Primeiramente, convidou seu irmão mais velho, Joaquim, que de imediato recusou, então chamou seus cunhados recém-casados, dois irmãos com duas irmãs suas. Então, veio o Domingos e o Vicente Justino. O Domingos ficou no ponto que hoje é a Bodega do Sr. Roberto e o Vicente alugou um ponto na outra esquina. Assim, a vida segue e o Sr.Roberto ficou ainda no centro na rua São Paulo, entre a ruas 24 de Maio e Gal.Sampaio, com um bar. Com o decorrer dos tempos e após acordo com  a esposa, achou por bem comprar o ponto, que seu cunhado Domingos Justino comercializava, embora o prédio fosse de sua propriedade.  Nessa época, seu cunhado Domingos, já possuía uma boa casa,  recém construída no bairro Ellery. Com a entrega do ponto montou sua própria mercearia , vizinho a sua casa. O Sr. Roberto tinha um espírito de ajudar sua família,  acolheu seus irmãos: Zé Arnildo, hoje bancário do BNB aposentado, Terezinha, comerciante/empresária em Belém, Raimundinha, excelente mãe de família. E sua casa passou a ser o ponto de apoio de sua família. Passaram-se muitos anos, vieram seus vizinhos Sr. Antônio e Sra Nilce Aragão, na esquina diagonal à sua, também comercializar, embora ambos no mesmo ramo, sempre se respeitaram. A D. Altair e seu esposo Zé de Freitas, seus amigos desde o centro, eram proprietários do Vidraceiro do Norte; os vizinhos de frente: Sr.Edson e D.Nena e filhos; Sargento Leão e D.Maria Quida; da Benjamim Barroso, Nenzinho e Enir; Assis Almeida e D.Auzinete; Sr.Raimundo Santana e Ducilde; Sr. Zé Gomes e família e tantos outros vizinhos queridos.Viu o bairro crescer, sempre manteve um atendimento cordial e amigável com seus clientes e vizinhos de anos e anos. Acompanhou os movimentos do bairro, como a criação da Praça João de Pontes. Sua mercearia era ponto de amigos. Com a chegada da violência então, sua companheira passou a ser sua guarda costas. Embora, nunca tenha se infiltrado na vida de comerciante, ela sempre estava junto para o “quer der e vier”. Acompanhou de perto o crescimento dos filhos, foi sempre o provedor de sua casa. Seus três primeiros filhos ingressaram na Universidade Federal do Ceará-UFC, no ano ano de 1977.l foi uma alegria imensurável. Devagar e sempre foi passando seus valores de dignidade e coragem para o trabalho, tanto que enquanto teve força manteve sua família, honrando todos seus compromissos. Nutria um amor e fidelidade a sua esposa, sua casa era o seu santuário. Não era homem de ir à missa, mas todos domingos assistia pela TV Ceará – Canal 5 e em seguida assistia o Programa do Ronaldo Boldrin e também era fã da Inezita Barroso.
Seu maior sonho era deixar cada um de seus filhos com um teto para morar e proporcioná-los condições de buscar voar com suas asas, absorvendo todos seus exemplos.
Sr. Roberto era uma pessoa pacata, totalmente da paz, homem de palavra. Dizia que era de um  tempo que a palavra dada, mostrava quem era o homem. Para definir esse homem: trabalho, respeito e dignidade. Foi chamado aos braços de DEUS em 29/setembro/2012, deixando sua esposa, que com sua partida teve uma aceleração no Alhzeimer, oito filhos, 18 netos e 8 bisnetos.
Isso é apenas um pouco do que foi a vida dessa pessoa que cumpriu sua missão terrena com muita determinação e fé em Deus. Deixou seu exemplo e legado a todos que tiveram o privilégio de partilhar desse convívio.

ATUALMENTE COMO ESTÁ A BODEGA DO SR.ROBERTO????

Atualmente, seu comércio foi entregue ao filho que possui seu nome e que tem como tarefa honrar seus exemplos e tocar a vida com determinação, preservando os valores por ele passados.
Hoje a boa música é o atrativo para os apreciadores de um ambiente amigável, graças ao Raimundinho(Coleguinha) que trouxe seus amigos de samba de tantos anos e a acolhida da Zildamar, procurando receber todos com atenção. Frequentado por pessoas que sabem valorizar o antigo e a tradição familiar, locais hoje tão escassos em nossa cidade.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Dicas de boas leituras- Super recomendo!!!!

Veja no youtube a página do Professor Elves Rodrigues, muita indicação da boa leitura.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

SEUMA - Advertência e não arbitrariedade


Obs.: Os músicos estão se queixando que a SEUMA, está apreendendo os instrumentos musicais para coibir essas demonstrações culturais em nossa cidade. Repudiamos essa prática arbitrária que inibe o direito da população ao seu lazer, pois a música embala a alma e traz alegria para quem aprecia. O governo e as leis devem ser criados para suprir as necessidades do povo e não para agir com mão de ferro, de forma intransigente, sem diálogo e negociação.
Vamos lutar por nossos direitos com determinação, buscando eleger gestores públicos sensíveis as demonstrações culturais e que realmente busque atender as reais necessidades da população, tais como: saúde e educação de qualidade, moradia digna, transporte público eficiente e lazer. Porque:
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...

BANDA LITHRUS - 960 ml de pura emoção!!!!


BANDA LITHRUS – 960 ml de Pura Emoção



Eu sou fã dessa Banda que possui dez anos de existência com muita perseverança e dedicação do seu idealizador Cordeiro Junior com o apoio de sua esposa Sylvinha. Ele é o baixista da banda, abre as portas de sua residência para os ensaios, está sempre receptivo para acolher as pessoas que apoiam esse sonho. Os repertórios são bastante ecléticos, o Jorginho(Love Love) canta e encanta com as músicas dos anos 60, Fevers, Renato e Seus Blue Caps e tantos outros. A platéia vai ao delírio eu como faço parte dessa geração, sou fã número um. Atendendo a turma mais roqueira, que vai dos Beatles, Pholhas até Cazuza, quem assume o palco é o irmão do Cordeiro Junior, o Jorginho Cordeiro (Jay Cordeiro) que possui uma voz potente e anima seus fãs cativos com um som variando entre o rock internaciaonal ao nacional, com muita competência e talento. Nesse mesmo show tem a vez do Magno Cabral, cantar e fazer reviver a alegria e irreverência dos Mamomas Assassinas, coloca peruca e roupas no estilo e embala o público que curte com muita animação.
Essa banda se mantêm pela determinação de seus componentes, pois ainda não conseguiram um contrato fixo que ajude a custear suas despesas, é com o trabalho paralelo de seus integrantes que suprem a manutenção dos instrumentos e caixas de som, indispensáveis para suas apresentações.
Todos sábados a partir das 17:00h até as 20:30h, essa banda faz sua apresentação na Budega do Seu Roberto, a rua José Cândido, 299 – bairro Monte Castelo em Fortaleza/Ceará. Pautado num contrato amigável que oportuniza ambas as partes, o bar comercializa sua cerveja estupidamente gelada e a banda se torna conhecida e conquista uma legião de fãs.
Mas, como tudo não são flores, algum vizinho que se sente incomodado com o som de vez em quando, chama a polícia para baixar o som, causando indignação e chateação para os todos: (Proprietários do bar, banda e frequentadores). Se compreende que o som pode não agradar a todos, mas também existe muita intolerância por parte dessa pessoa, já que o bar é o sustento de uma família, a banda mostra o talento da nossa comunidade e os frequentadores são pessoas de bem, que vem em busca de diversão sadia e tranquila. O ambiente é local de tradição no bairro, não existe briga nem falta de respeito, o ideal é que se entre em consenso para uma convivência pacífica e todos possam ficar bem e na paz.